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"Apelo desesperadamente ao presidente", diz Randolfe sobre auxílio a moradores do Amapá

Datena

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse nesta quarta-feira (18) em entrevista à Rádio Bandeirantes que "apela desesperadamente" ao presidente Jair Bolsonaro para que o governo federal não recorra da decisão da Justiça de fornecer duas parcelas extras do auxílio emergencial aos moradores do Amapá devido ao apagão que atinge o estado há 16 dias.

A ação protocolada pelo senador solicitava uma "indenização emergencial" para mitigar os efeitos e prejuízos da população local. Na decisão, o juiz federal da 2ª vara, João Bosco Costa Soares da Silva, determinou que a União viabilizasse, "no prazo improrrogável de 10 dias, o pagamento de auxílio emergencial por dois meses, no valor mensal de R$ 600,00 especificamente às famílias carentes residentes nos 13 municípios atingidos pelo referido apagão". De acordo com fontes internas do governo, a Advocacia-Geral da União (AGU) deve recorrer.

"No meio desse caos, recorri à Justiça e consegui uma decisão para que fosse pago extraordinariamente, a título de indenização, pela União e depois revertido pela empresa que deu causa ao crime, um auxílio emergencial de R$ 1200. Ontem tive a informação que presidente da República quer recorrer. Estamos falando em pagar R$ 1200 para quem perdeu todos os eletrodomésticos que tinha. Faço um apelo ao presidente desesperadamente: não faça isso. É o mínimo que as pessoas precisam para passar o Natal", disse Randolfe.

Randolfe relata "situação de completo caos"

O senador está na capital Macapá desde o dia 3 de novembro, quando ocorreu o primeiro apagão em 13 das 16 cidades do estado. Os municípios ficaram quatro dias sem energia elétrica, retomada gradualmente, por um sistema de rodízio, no dia 8. Nesta terça (17), no entanto, houve mais um apagão total.

"Passamos mais uma noite terrível. O que tenho visto aqui eu nunca vi na história. A partir do dia 3 ficamos quatro dias em apagão total. Colapsou o sistema de comunicação e o abastecimento de água, criando uma segunda onda de coronavírus. Falei anteontem com o diretor do hospital universitário e ele me disse que a UTI já está lotada. Sem água, as pessoas ficaram tomando água de córregos e aumentaram as ocorrências de diarreia e vômito. O preço de alguns alimentos chegou a dobrar. Houve filas em postos de combustíveis intermináveis. Teve até brigas por gelo! Estamos no verão amazônico, o clima é quente e úmido. Essa umidade dá uma sensação maior de calor. Fica impossível dormir à noite sem ventilador", relatou Randolfe.

"Essa noite, com um novo apagão, foi mais uma em clara. Um apagão dentro do apagão! Algo inimaginável! Durante 1 hora e 30 min, 13 cidades ficaram sem energia. Ela se restabeleceu aos poucos. Só sabe o que está sofrendo quem está aqui. Eu ainda moro em um bairro próximo do Centro. Vou para o carro, ligo o ar-condicionado e espero acabar a bateria. Imagina os mais pobres na periferia! O primeiro apagão queimou os eletrodomésticos de muitos. Esse segundo queimou os que restavam. Algumas pessoas mais pobres, com o auxílio emergencial, fizeram a compra do mês. Toda essa compra foi desperdiçada! Os comerciantes, as empresas, tiveram prejuízos incontáveis. E o pequeno comerciante: Nenhuma perspectiva! Vi dono de sorveteria chorando, dona de padaria chorando. É uma situação de completo caos."

Randolfe defendeu ainda que medidas sejam tomadas contra a empresa Isolux, responsável pela subestação em que houve o problema de fornecimento, e de dirigentes da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). "Tem cheiro de corrupção nessa história."

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA:

https://youtu.be/UBwO-dATi-I