Notícias

"Não dou bola a retórica política", diz Barroso sobre questionamentos à urna eletrônica

Datena

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira (11) em entrevista à Rádio Bandeirantes que "não dá muita bola" aos questionamentos feitos em relação a suposta falta de segurança das urnas eletrônicas no Brasil e aos pedidos por retorno do voto impresso.

"No Brasil temos urnas eletrônicas desde 1996. Nunca se documentou nenhum caso de fraude – o que acontecia muito no tempo do voto impresso. Não dou muita bola. Dou bola para fatos e provas, não para retórica política. Nunca houve prova de fraude. Não tenho paixão pelas urnas, tenho paixão por eleições limpas. Nesse sistema se elegeu FHC, Lula, Dilma, Bolsonaro. Respeito a opinião de todos, mais ainda a do presidente, mas as urnas se revelaram até agora confiáveis", disse Barroso.

"As urnas só têm um problema: custam muito caro. Elas precisam ser trocadas, gastamos R$ 700 milhões a cada dois anos. Por isso fiz agora uma chamada pública para que grandes empresas de tecnologia apresentem um novo modelo de eleição digital, se possível usando o celular, para ver se conseguimos baratear. Microsoft, IBM, uma parceria da Amazon, todas se inscreveram e vão fazer testes no dia 15 em três cidades. Vamos esperar as propostas, fazer reuniões e vermos o melhor modelo."

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo vai tentar retomar o voto impresso nas eleições presidenciais de 2022. "Nós temos sim, está bastante avançado o estudo, a gente quer no ano que vem, mergulhar na Câmara e no Senado para que a gente possa realmente ter um sistema eleitoral confiável em 22", afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais.

Barroso "está monitorando" o Amapá

Luís Roberto Barroso sugeriu ainda que a eleição deve ser realizada nos municípios do Amapá no próximo domingo (15), data em que está prevista em todo o país. Um eventual adiamento da votação chegou a ser discutido devido ao apagão que atinge o estado. A falta de energia elétrica chega hoje ao 9º dia com falhas na retomada do fornecimento e ondas de protestos.

"Só se comemora o gol depois que a bola está na rede e o juiz aponta o meio do campo. Hoje ainda tem o VAR (risos). Mas está tudo preparado, tudo que era razoável de ser feito. Mesmo no Amapá, que está vivendo uma situação dramática, mandamos 1,2 mil baterias sobressalentes, estamos monitorando a questão de volta da eletricidade. Tudo que era possível fazer nós fizemos. Estamos preparados."

CONFIRA A ENTREVISTA COM BARROSO:

https://youtu.be/1JOf_QwQcsc