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Até tu, Marco Aurélio

Datena

A decisão monocrática do ministro Marco Aurélio do STF (Supremo Tribunal Federal) em soltar André do Rap foi tudo, menos só dele – como diz o termo acima. Monocrático é mesmo de um cara só, mas milhões de brasileiros se perguntam como é possível soltar um dos maiores mafiosos do mundo numa canetada? Pois não é que é?

Artigo embutido de última hora por um deputado candidato a prefeito em Minas Gerais diz que o juiz tem que revisar a prisão preventiva a cada 90 dias, vale para o ladrão de galinha ou para qualquer outro bandidão milionário. Só que, na prática, normalmente o ladrão de galinha fica no galinheiro e o do crime organizado sai andando pela porta da frente e foge para nunca mais ser encontrado e continuar fazendo o que ele sempre fez, matando direta ou indiretamente milhares de pessoas pelo mundo afora.

No caso de André do Rap, ele saiu e, via Maringá (PR), sumiu – provavelmente para Paraguai ou Bolívia. É até provável que vá para a África e, como sempre, não vai ser preso, jogando fora um trabalho de seis anos que a polícia de São Paulo cuidadosamente executou para localizá-lo num condomínio de luxo em Angra dos Reis (RJ) vivendo numa mansão rodeado de barcos e carros que valem milhões.

A revista Crusoé publicou reportagem afirmando que um dos advogados do tal André até pouco tempo trabalhava com o ministro Marco Aurélio. Já o ministro, da mesma forma que chamou o presidente do Supremo de justiceiro por ter cassado sua decisão de jogar na rua o bandidão, acha tudo muito normal e confirma que o advogado era ligado profissionalmente a ele. É só. Mas vale lembrar que Marco Aurélio foi o mesmo que deu liberdade ao Bruno lá atrás e não mandou para a cadeia o senador Aécio Neves quando havia indícios de crimes investigados durante a operação Lava Jato.

Falando nisso, como estão na rua o Geddel dos R$ 51 milhões no apartamento ou o Cunha – ou outros empresários e políticos corruptos e corruptores? Ninguém sabe explicar. Como dizia o Chico: a gente vai levando…

Este texto foi originalmente publicado no METRO JORNAL