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Intenção com a "nova gasolina" pode ser boa, mas não vai dar certo no Brasil

Datena

Começou a ser vendida no Brasil nesta segunda-feira a "nova gasolina". Na verdade é a mesma gasolina de antes, mas que precisará seguir novos padrões determinados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A ideia é oferecer um produto de mais qualidade ao consumidor. O problema é que por aqui, como sabemos, dificilmente uma novidade não vem acompanhada de considerável aumento de preço.

Edneia Caliman, especialista em regulação na ANP, explicou ao Manhã Bandeirantes que a agência busca, com a mudança, ter maior padronização.

"Estamos mudando um pouquinho as características que utilizamos para controlar a qualidade da gasolina. Mudando especificamente três parâmetros: a massa especifica, a curva de destilação e a medição da octanagem. Não temos um 'novo combustível', uma 'nova gasolina'. Temos ajustes nestas características para deixar o combustível mais uniforme, para que a gente não tenha tanta variação na qualidade do produto que circula no país. Resumindo, para que todo consumidor consiga comprar gasolina com o mesmo padrão em qualquer posto."

Ela me contou também que, com essa padronização, a fiscalização dos postos pode ser facilitada. Isso é bom! Como sempre mostramos no Brasil Urgente, a quantidade de posto que adultera combustível não está no gibi...

Mas e o preço da nova gasolina?

A ANP não regula o preço da gasolina. Edneia sugeriu apenas que, já que a "nova gasolina" possui melhor qualidade, deve acontecer uma redução no consumo. Com isso, um eventual "pequeno aumento de preço" seria compensado no bolso do consumidor final por essa redução. Sem contar que os veículos passariam a apresentar menos problemas no motor, e o consumidor também gastaria menos com manutenções.

Não questiono isso. É claro que todo mundo quer um produto de qualidade melhor. Mas as pessoas não têm dinheiro neste momento. Mesmo que o aumento seja de centavos! Outro dia um taxista me ligou chorando por que não tinha um tostão no bolso para comprar comida para a família. É difícil demais. Sei que a intenção é melhorar, mas estamos em mundo diferente. Se uma economia gigante como a dos Estados Unidos anuncia uma queda brutal no PIB por causa da pandemia, imagina a situação de um país emergente como o Brasil!

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