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Venceu a democracia

Datena

Se esperava que já no primeiro turno destas eleições municipais, o medo da doença ou da fome provocada pelo desemprego em massa pudesse levar o povo brasileiro à violência pelas diferenças ideológicas… graças a DEUS, isso não aconteceu.

Aliás, o que mais chamou a atenção foi a falta de voto, a chamada abstenção. Muitos não foram votar para evitar o contágio e outros mais não foram às urnas por desacreditar mesmo da política que aí está.

Aqui em São Paulo, surge uma liderança à esquerda, que justamente pelo discurso moderado, ganha força em eleições futuras: Guilherme Boulos, que sonha com voos mais altos e agora parece ter conseguido a musculatura para isso.

Ganhou o Bruno. Jovem, Covas herdou do avô a firmeza do político de carteira sem perder a ternura. Coragem para enfrentar um câncer e a pandemia. Foi duro, sem ser grosseiro com os inimigos, foi mais ele do que Doria, foi ele o candidato, sem contar com o apoio explícito ao governador. Ganha com isso o PSDB, que pensa no prefeito para cargos maiores mais à frente (até presidente) e ele tem juventude para esperar por isso. Ganha também o governador de São Paulo, que entregou a cidade ao seu vice e recebeu de volta um cabo eleitoral fortíssimo para seu objetivo claro de chegar ao Planalto.

Além de novas lideranças localizadas, ganhou mais o centro, perdeu mais a esquerda e a direita extremistas. A modernização e a moderação foram o grito das urnas. Quem for surdo a isto, não vai a lugar algum. Venceu a democracia. Como dizia o Chico, a gente vai levando…

Este texto foi originalmente publicado no METRO JORNAL