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Após atrito, Ricardo Salles diz ter "muito alinhamento" com Mourão

Datena

O atrito entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, parece ter sido superado. Foi o que Salles me disse hoje em entrevista na Rádio Bandeirantes.

Aqui vai um resumo do que aconteceu: na última sexta-feira, o ministro anunciou que o governo havia bloqueado R$ 60 milhões em recursos do Meio Ambiente, o que faria com que as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal fossem paralisadas. Depois, Mourão falou que Salles havia se "precipitado" e que não haveria bloqueio nenhum. O ministro, no entanto, seguiu sustentando que o governo pretendia fazer o bloqueio, sim, mas que, após seus protestos, resolveu "desbloquear".

"Conversei com o vice-presidente [depois do atrito]. Temos muito alinhamento nos temas ligados ao Conselho da Amazônia por uma razão simples: Mourão tem a importantíssima função de aglutinar assuntos. A mineração de Minas e Energia, por exemplo, se junta à regularização fundiária da Agricultura. O Mourão faz essa coordenação, esse alinhamento de todos os assuntos."

"Mas a questão orçamentária continua sendo tema de cada ministério. Cada um tem seu orçamento e precisar brigar por ele. Nós somos um ministério com orçamento pequeno em relação a outras pastas. O nosso é em torno de R$ 3 bilhões. Qualquer modificação, sobretudo nesse momento em que gastamos muito dinheiro com operações, influencia muito."

Para fazermos uma comparação: o orçamento do ano de 2020 para o Ministério da Saúde, por exemplo, é de R$ 164 bilhões.

"Além disso, desses R$ 3 bilhões, a parte discricionária (que podemos gastar, que não são despesas obrigatórias) é entre R$ 450 e R$ 500 milhões. Se você tira R$ 60 milhões de um orçamento desse, representa bloqueio de 10% de um orçamento que já é pequeno! No final das contas, em relação ao bloqueio previsto e efetivado na sexta-feira, voltou-se atrás. Com relação ao orçamento do ano que vem, ainda não definido, conversaremos com os parlamentares para que eles façam o equacionamento que entenderem pertinente."

CONFIRA O TRECHO DA ENTREVISTA AQUI: