O governo de São Paulo confirmou nesta quinta-feira a volta de Alexandre Baldy ao cargo de secretário estadual dos Transportes Metropolitanos. Ele estava afastado desde agosto, quando foi denunciado pela Operação Lava Jato e passou dois dias preso. Em entrevista hoje na Rádio Bandeirantes, Baldy contou que já participou nesta manhã de uma reunião semanal de secretariado e afirmou que foi bem recebido pelo governador João Doria.
"Fui recebido hoje na primeira reunião dos secretários e secretárias com o governador João Doria de modo bem receptivo. Expus todas as minhas alegações de maneira muito transparente, todas as dúvidas que vieram do Ministério Público Federal sobre patrimônio e recursos. Então estou no governo (...). Mentiras foram colocadas, suposições se tornaram fatos sem o meu direito de resposta. Continuarei trabalhando tendo respeito ao governador que confiou nas minhas posições e à população do estado."
De acordo com o Ministério Público Federal, Baldy teria cometido crimes de corrupção passiva, fraude a licitação, peculato e organização criminosa em contratos na área da saúde em Goiás, entre os anos de 2014 e 2018, quando exerceu os cargos de Secretário de Comércio e deputado federal pelo estado, além de ministro da Cidade do governo de Michel Temer.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal suspendeu a ação penal em uma decisão liminar do ministro Gilmar Mendes. Baldy nega todas as acusações.
"Eu sou empresário, sou industrial há aproximadamente 20 anos. Não vivo do setor público. Não vivo da vida pública. Minhas atividades continuam. Tenho mais de 2 mil trabalhadores comigo. Vim para a vida pública, com entusiasmo, para poder fazer a diferença e buscar mudar a vida das pessoas."
"Fui deputado, ministro, secretário. Por todas as funções pelas quais passei, não tive e nem tenho nenhuma acusação sobre nenhuma. E olha que comandei um dos maiores programas públicos do Brasil, o Minha Casa Minha Vida. Portanto, quero colocar minha inocência sobre todas essas acusações que vieram à tona e quero que a Justiça esclareça. Fiquei absolutamente indignado e transtornado. Por isso resolvi continuar na secretaria."
