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Boulos diz que resposta a piada sobre sem-teto em debate "ficou engasgada"

Datena

Guilherme Boulos, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL na eleição deste ano, disse hoje que a resposta a um comentário feito ontem no debate da Band em relação ao movimento sem-teto "ficou engasgada". Durante uma discussão, Márcio França (PSB) o acusou de interromper sua fala e disse "não vai invadir, Boulos, não vai ocupar".

"Parabéns à Band pelo debate. Foi essencial. Mas ontem veio piadinha de 'invasor' de gente não sabe o que é alguém revirar lixo para comer, morar embaixo de ponte, não conseguir pagar aluguel, ter que escolher entre colocar comida na mesa e pagar conta. Eu conheço essa realidade por opção de vida, não de ouvir dizer. Moro há 20 anos na periferia. Moro no Campo limpo hoje e luto ao lado dos sem-teto", disse em entrevista na Rádio Bandeirantes.

"Aproveito para dizer que ficou engasgado. Para mim sempre fica engasgado quando as pessoas falam de forma desrespeitosa. O movimento nunca invadiu a casa de ninguém. Não é movimento de vagabundo. É gente que trabalha. Muitas vezes é a diarista que limpa a privada de quem critica. O porteiro do prédio de quem critica. É uma luta de forma organizada para pressionar o poder público a cumprir seu papel, que é desapropriar imóvel abandonado que deve imposto e destinar à moradia popular."

Como manda a tradição, a Band abriu nesta quinta-feira a temporada de debates eleitorais. Participaram 11 candidatos: além de Boulos e França, estiveram por aqui Orlando Silva (PCdoB), Jilmar Tatto (PT), Bruno Covas (PSDB), Andrea Matarazzo (PSD), Joice Hasselmann (PSL), Celso Russomanno (Republicanos), Arthur do Val (Patriota), Filipe Sabará (Novo) e Marina Helou (Rede).

Boulos ainda criticou a postura de Bruno Covas (PSDB) e Celso Russomanno (Republicanos) no debate. Segundo ele, o primeiro "surfa na onda" do governador João Doria, e o segundo na do presidente Jair Bolsonaro.

"De um lado tem a turma do BolsoDoria que quer repetir 2018, fazer da maior cidade do Brasil um puxadinho do Palácio dos Bandeirantes. Covas representa o Doria. E do outro... eu fico impressionado com o Russomano. Não é para falar mal nem nada. Mas o cara vai em um debate para ficar puxando saco? Tem que ter dignidade. Não pode. São Paulo precisa de um prefeito, um líder, não um puxa-saco. Precisa ter um prefeito, não um sub do presidente ou do governador."

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