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Boulos ironiza rótulo de radical: "Não invadimos a prefeitura, invadimos as urnas"

Datena

Guilherme Boulos (PSOL) ironizou nesta segunda-feira (16) em entrevista à Rádio Bandeirantes o rótulo de "radical" e "extremista" que os adversários tentam atribuir a ele e ao movimento do qual faz parte de luta por moradia. "Nós não invadimos a prefeitura, invadimos as urnas", disse. O candidato disputará o segundo turno das eleições paulistanas daqui duas semanas contra o atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). No primeiro turno, realizado neste domingo (15), Covas obteve 32,86% dos votos válidos, enquanto Boulos registrou 20,24% nas urnas.

"Em 2018 tivemos uma eleição marcada por ódio e medo. Lembra daquelas cenas das pessoas votando com cano de arma? Ontem em São Paulo mais de um milhão de pessoas votaram para depositar sonho e não ódio. Votaram com esperança. Nossa votação surpreendeu muita gente. Chegamos ao segundo turno com pouquíssimo tempo de TV, sem apoio da máquina federal ou estadual. O que mais me orgulha dessa campanha é que resgatamos um jeito de fazer política com sonho e brilho no olho", declarou Boulos.

"Agora, no segundo turno, é outra eleição. O tempo de TV é igual, haverá debate em todas as redes. Vamos apresentar propostas e confrontar propostas. O eleitor tem o direito de saber a posição e o comprometimento de cada um. Saber quem recebe dinheiro de empreiteiro e de banco (...). Ouvi o Bruno impactado, querendo me imputar um radicalismo. Quem foi radical foi o Celso Russomanno, que inventou fake news e tentou me atacar como 'extremista'. Não pegou. Ele derreteu. Não é radical ter compromisso com o povo. Não é radical ter uma trajetória na periferia e lutar por direitos básicos. Isso não é ser radical. Radical é a cidade mais rica do país ter gente revirando lixo para comer."

Boulos mostrou também que uma das estratégias de sua campanha será continuar ligando o nome de Covas ao governador tucano João Doria.

"O Doria é responsável por ele estar lá. Quando ele abandonou a cidade, jogou no colo do Bruno. É o padrinho político, o principal fiador. A cidade mostrou que não quer isso. Esse abandono, esse descaso. Ontem a urna deu o recado (...). Só não esperem de mim qualquer postura raivosa ou agressiva no segundo turno. Esperem que eu aponte as contradições do meu adversário. É visível que ele escondeu o Doria pela impopularidade que ele tem. Ele também tem problema com o vice, suspeito em envolvimento com a máfia de creches. Meu dever é apontar isso para que as pessoas ponderem."

ENTREVISTA AQUI: