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Carlos Wizard pediu para ser ouvido e deve ir à CPI na semana que vem, diz Omar Aziz

Datena

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), revelou nesta segunda-feira (21) à Rádio Bandeirantes que Carlos Wizard enviou um documento à comissão parlamentar de inquérito pedindo para ser ouvido, o que deve acontecer presencialmente na semana que vem.

O empresário, apontado como um dos líderes do chamado "gabinete paralelo", deveria ter prestado depoimento na semana passada, inicialmente na condição de testemunha, mas não compareceu. Logo depois, os senadores descobriram que ele estava fora do país e chegaram a cogitar pedir ajuda da Interpol [Organização Internacional de Polícia Criminal] para localizá-lo e determinar a condução coercitiva.

"Acabei de receber um comunicado da minha assessoria. Carlos Wizard agora quer vir [à CPI]. Ele seria preso, agora diz que quer vir. Senão, não viria. Enfim, mandou um documento pedindo para marcarmos data e hora. Vamos marcar para semana que vem. Nessa semana já vamos ouvir o deputado e ex-ministro Osmar Terra, o assessor da Presidência Filipe Martins, responsáveis da Precisa Medicamentos (única empresa que intermediava a compra de vacina indiana Covaxin, a mais cara, de R$ 80) e dois especialistas", disse Aziz.

"Wizard ainda não tinha se manifestado. Iríamos pedir à Interpol para localizá-lo. Agora, isso tem uma repercussão nos Estados Unidos. Essa fuga criaria problemas internacionais. Qualquer coisa que acontece, fica registrado. Os advogados dele, creio eu, se anteciparam por causa disso e pediram para marcar data e hora. Estou dando em primeira mão que deve ser na próxima quarta-feira, dia 30, às 9h. Ele tem de hoje até quarta-feira para voltar ao Brasil", completou.

O "gabinete paralelo" seria um grupo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro, paralelo ao Ministério da Saúde, responsável por orientá-lo nas medidas de combate à pandemia. Uma dessas orientações teria sido o incentivo do uso de medicamentos sem comprovação de eficácia contra covid-19, como a hidroxicloroquina.

Ao blog, Arthur Weintraub, alvo da CPI assim como Carlos Wizard, negou a existência do gabinete, mas confirmou que atuava como uma "ponte" entre Bolsonaro e pesquisadores.

"[Gabinete paralelo] nunca existiu. Começou com uma preocupação do presidente com a doença. Eu era assessor especial dele e comecei a pesquisar. O que encontrei é que havia remédios que poderiam evitar a replicação viral e diminuir a chance de a pessoa ir para o tubo. O que eu encontrava, repassava", disse.

"Minha assessoria foi em relação a pesquisas cientificas e ao que os médicos me passavam. Eles começaram a me contatar, me passavam dados, contavam o que estava acontecendo. Eu repassava. Não tinha nenhuma ingerência em questões de ministério, administração, quantidade de insumos, remédios", concluiu Weintraub.

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