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Ciro chama comitê anticovid de Bolsonaro de "politicagem": "Daí não vai sair nada"

Datena

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Ex-governador do Ceará e provável candidato à presidência nas eleições de 2022, Ciro Gomes (PDT) disse nesta quarta-feira (24) em entrevista à Rádio Bandeirantes que o comitê anticovid anunciado mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro "é só politicagem".

O anúncio foi feito nesta manhã após reunião no Palácio da Alvorada com governadores, ministros e outras autoridades. "Resolvemos, entre outras coisas, que será criada uma coordenação junto aos governadores, com o senhor presidente do Senado Federal. Da nossa parte, um comitê que se reunirá toda semana para decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus", declarou o presidente no pronunciamento.

"Essa reunião é importante, sim, muito. Mas disso aí não vai sair nada. Já vi esse filme na véspera do Collor e da Dilma cair. Bolsonaro está na antessala de cair porque é um genocida, assassino, irresponsável e incompetente. Só que ainda está na presidência, então precisamos orientar o debate. Os governadores não foram chamados para essa reunião, isso é mentira. Ele só chamou os mais simpáticos a ele. João Doria e Camilo Santana, por exemplo, não estiveram. Ele não está interessado em abrir um diálogo. Isso [o comitê anticovid] é só politicagem. A base do Bolsonaro sentiu ‘fogo no rabo’ e resolveu tentar interditá-lo", afirmou Ciro.

Para Ciro, a reunião só produziria um resultado prático se duas coisas acontecessem: o governo federal adotasse de vez o discurso de que só a vacinação vai salvar o país da pandemia (e não um "tratamento precoce sem comprovação científica) e o Ministério da Saúde coordenasse um lockdown nacionalmente.

"Primeiro, é preciso unificar claramente o discurso de que só a vacina salva e encerrar o grande erro de prescrever remédio como um charlatão. Bolsonaro ainda fala em tratamento precoce. Isso não existe. Agora, o Brasil não tem vacina. Para que ela chegue, precisamos da comunidade internacional. Portanto, amanhã esse comitê anticovid tem que pedir ao presidente que demita o canalha que ocupa o Ministério das Relações Exteriores e o canalha que ocupa o Ministério do Meio Ambiente, que estão prejudicando o país muito gravemente. Assim a comunidade internacional pode assumir um compromisso e nos tirar do último lugar da fila [das vacinas]. Demitindo os dois, podem vir ao nosso socorro. Isso mostraria que o Brasil mudou a conduta e tem respeito, diplomacia."

"Segundo, é preciso coordenar um lockdown. Se a vacina não vai chegar, e não vai chegar antes de 2022 para todo mundo, precisamos coordenar o isolamento social. Quanto mais radical, mais breve. Desculpa, sei que isso não é bom para ninguém. Chega a ser cruel pedir para um desempregado ou autônomo para que fique em casa. Ele vai comer como? Dando R$ 600 para cada família sobreviver até termos 80% da imunização. Sem isso, estão querendo salvar os próprios pescoços (...). O socorro que o governo assinou é de R$ 150. Pode chegar a R$ 375 para uma mãe com vários filhos. Ora, abril vai ser o pior mês da pandemia. Essa conversa toda aí... Nós sabemos das coisas. Estão sabendo que a coisa degringolou mesmo. Chegou no limite."

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