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Doria fala em diminuição de casos de covid-19 "mesmo com atitudes irresponsáveis no litoral"

Datena

Lembra daquelas cenas absurdas de festas em iates no Guarujá, litoral de São Paulo, que mostramos no Brasil Urgente na semana passada? Falei sobre isso hoje na Rádio Bandeirantes com o governador João Doria. Ele criticou "atitudes irresponsáveis de alguns prefeitos" da região, mas disse que, mesmo assim, o números de casos e mortes por covid-19 tem caído no estado.

"Temos respeito pela Constituição e pela autonomia dos municípios, mas alguns prefeitos do litoral não agiram de forma correta. Temos que ter a referência de que ainda estamos diante de uma pandemia gravíssima. Estamos de quarentena, na faixa amarela do Plano São Paulo, precisamos ir para a verde e depois para a azul. Só depois da azul, após a imunização com a vacina, estaremos livres do coronavírus. Enquanto o Brasil tem mais de 4 milhões de pessoas infectadas e 137 mil mortos, não é hora de facilitar, fazer festa em barco, aglomeração. Temos que proteger nossas vidas, as vidas dos nossos filhos, pais e avós. Precisamos compreender a dimensão dessa crise sanitária."

"Mas, mesmo com essas atitudes irresponsáveis de alguns prefeitos no litoral na semana passada, registramos, no geral, queda nos índices de infecção, óbitos e ocupação de leitos de UTI no estado. Estamos com a ocupação mais baixa desde o início da pandemia. De qualquer forma, o risco existe enquanto não tivermos uma vacina. Só depois da imunização plena teremos uma vida normal. Até lá, se tiver necessidade de retroagir no Plano, o governo o fará."

No mais recente balanço do governo estadual, divulgado neste domingo, aparecem 935,3 mil casos de covid-19, 33.952 óbitos e 792 mil recuperados.

Ainda comentando a festança nos iates lá no litoral, Doria ressaltou que o estado é soberano em relação às decisões das prefeituras e pode, sim, intervir nesses casos, inclusive na Justiça, através do Ministério Público.

"O Ministério Público de São Paulo tem sido exemplar. Mário Sarrubbo, que comanda o MP, e os demais promotores das 645 cidades foram corretíssimos na observância da orientação do estado nas circunstâncias em que algum prefeito contrariou frontalmente as decisões do Plano São Paulo. Nesses casos, ele teve que atender por determinação do MP. E pouquíssimos tiveram coragem de afrontá-lo e ir ao Tribunal de Justiça. O que aconteceu com os que foram? Perderam no TJ também. Depois de sucessivas derrotas, os prefeitos mais rebeldes, seguidores de linha extremista que fala em 'gripezinha', arrefeceram."