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Exclusivo: Em conversa com Kajuru, Bolsonaro fala em "ir para porrada" com Randolfe

Datena

O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) divulgou nesta segunda-feira (12) à Rádio Bandeirantes o conteúdo do restante do áudio de sua conversa com o presidente Jair Bolsonaro sobre a CPI da Covid. Na ligação, além de pedir ao parlamentar para que tente ampliar a comissão para apurar também a conduta de prefeitos e governadores durante a pandemia, o presidente fala em "ir para a porrada" com o também senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP).

No trecho exclusivo do áudio, Kajuru afirma que, "se a CPI for revanchista", ele "faz questão de não participar". Bolsonaro, então, responde: "Se você não participa, a canalhada do Randolfe Rodrigues vai participar. E vai começar a encher o saco. Aí vou ter que sair na porrada com um bosta desse".

"Eu não tinha divulgado essa parte para preservar um colega senador. Era desnecessário, na minha opinião. De graça. Tem inimizade entre eles? Tem, Randolfe é líder da oposição. Mas eu achei que o melhor para os dois era essa parte não ser colocada. Não tinha nada a ver. Era um desabafo. Mas ele quis o restante, então coloquei. Pronto, acabou", explicou Kajuru ao programa Manhã Bandeirantes.

Ao afirmar que "ele quis o restante", o senador fez referência à recente declaração do presidente sobre a divulgação da conversa. A apoiadores, Bolsonaro disse que não sabia que estava sendo gravado na ocasião, criticou a divulgação do áudio e ainda declarou "só para controle, falei mais coisa naquela conversa, pode divulgar tudo, da minha parte". A afirmação, segundo Kajuru, não é verdadeira.

“Todo mundo que conversa comigo em Brasília eu gravo por precaução. Já avisei isso na tribuna do Senado. No caso do presidente, avisei ontem [sobre a divulgação da gravação] às 12h40. Na noite de sábado esse foi o motivo principal da minha conversa com ele. Ele me elogiou, falou ‘parabéns, nota 10’ pelo pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Aí começou a reclamar da questão da CPI ser só com o governo federal. Falou ‘é contra mim apenas’ e pediu ‘você poderia me ajudar a convencer os colegas para pegar governador e prefeito, senão dá impressão que é só comigo’. Garanti a ele."

"Ontem às 12h40, quando liguei para avisar que o requerimento estava pronto, avisei [que seria divulgado]. Falei ‘olha, vou colocar nossa conversa no ar, vai ser importante’. Foi um desabafo dele. Considerei que foi uma proteção a ele mostrar ao Brasil que ele está se sentindo prejudicado. Ele usou a palavra 'sacana' porque estava chateado. A única parte que não coloquei para protegê-lo, achei desnecessário, foi quando ele ofendeu um senador e falou que iria para porrada. Falei ‘calma, não é hora disso, a hora é de paz’. Se quer que eu convença os outros, preciso ir com passe. Mostrar que está xingando não adianta nada. Quis protegê-lo porque acho injusto, a CPI vira revanchismo. Foi minha intenção. Só isso."

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