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Governador da Bahia: "Quantas mortes serão necessárias para sensibilizar a Anvisa?"

Datena

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), questionou nesta segunda-feira (22) a demora da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em aprovar o uso emergencial no Brasil de vacinas contra covid-19 que já são utilizadas em outros países, como a Sputnik V, a Covaxin e os imunizantes da Pfizer e da Moderna.

"O que justifica a Anvisa não regulamentar vacinas como as da Pfizer, da Moderna, a russa e a indiana? Será que a Anvisa considera que as autoridades sanitárias de saúde da Europa foram precipitadas em autorizar e aplicar largamente? Será que a Anvisa considera precipitada que a agência americana tenha autorizado também por lá? Fico me perguntando quantas mortes serão necessárias. Logo chegaremos a 250 mil. Quantas serão necessárias para sensibilizar a Anvisa? Isso deveria estar na lei. Se duas das agências principais do mundo, a europeia e a americana, aprovam, o que mais precisa? Documentos a, b, c, d... Eu não consigo entender. Não consigo deixar de mostrar minha indignação. O mundo inteiro está errado e a Anvisa está certa?", questionou em entrevista à Rádio Bandeirantes.

A Bahia alcançou a marca de 80% de ocupação dos leitos de UTI neste fim de semana, motivo pelo qual o governador ampliou o toque de recolher em vigor desde sexta-feira (19) até o próximo domingo (28). O decreto determina que, no período das 20h às 5h, será permitido o deslocamento apenas para ida a serviços de saúde ou farmácia ou "situações em que fique comprovada a urgência".

"As coisas não estão boas. Estamos vivendo neste exato momento na Bahia o pior momento desde o início da pandemia. Até aqui, o pior mês tinha sido julho, quando chegamos a 30 mil casos ativos. Houve um dia com 80 óbitos relatados. Neste momento, a situação é dramática. A ocupação de leitos de UTI está acima de 80%, sendo que temos mais leitos abertos do que tínhamos antes."

"Em função disso, ampliamos a restrição. Infelizmente. Tínhamos iniciado a restrição a partir das 22h, mas vimos bares lotados, pessoas sem máscaras, restaurantes cheios. Não é possível conviver com isso. Precisamos que as pessoas compreendam que não podem viver como se nada estivesse acontecendo."