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Márcio França: No PSB, Alckmin poderia escolher entre ser cabeça de chapa ou vice

Datena

O ex-governador do estado de São Paulo, Márcio França (PSB), confirmou nesta segunda-feira (26) que está em negociações com o também ex-governador de SP, Geraldo Alckmin, para uma eventual candidatura ao governo estadual pelo PSB. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, França disse que, caso aceite mudar de partido, Alckmin poderia escolher entre liderar a chapa ou ser candidato à vice.

“Evidente que, até pela questão da idade e do respeito, eu jamais diria para ele: 'Você quer ser meu vice?'. Essa é uma opção que, se houvesse a possibilidade, ele teria que fazer. O que ele prefere ser? O que ele pode ser? Acho que, comigo, ele teria a liberdade de estar qualquer posição, e eu também toparia estar em qualquer posição, inclusive essa de vice também", disse França, que abriu as portas do PSB para Alckmin.

França foi vice de Alckmin na última gestão do tucano à frente do governo do estado, e assumiu como governador quando Alckmin candidatou-se à presidência da República pelo PSDB. O atual governador, João Doria (PSDB), já sinalizou que pretende emplacar o seu atual vice, Rodrigo Garcia (DEM) na chapa do ano que vem, especialmente se ele aceitar se filiar ao PSDB. Neste cenário, Doria disputaria a presidência no ano que vem.

“Estamos conversando, claro. Tenho conversado muito com ele [Alckmin], ele é muito experiente", diz França, confirmando o diálogo com o ex-governador.

Na avaliação de França, hoje existe um arranjo entre MBD, DEM e PDSB. "O Rodrigo [Garcia] vai passar para o PDSB até a eleição. Acabou a eleição, ele volta para o DEM e abandona o PSDB e cumpre o que ele falou. E tira a possibilidade de Geraldo [Alckmin] disputar as prévias do PDSB", afirmou.

Lula teria uma das vagas no 2º turno ano que vem

https://youtu.be/ftdXIehSYgc?t=1149

França admitiu a possibilidade de disputar a Presidência da República, embora não cite especificamente planos a respeito para 2022. No momento, segundo ele, ainda se busca um nome para fazer frente a Jair Bolsonaro (sem partido) e Lula (PT).

Por enquanto, a via se desenha a respeito de seis nomes: Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB), João Amoedo (Novo), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Luciano Huck (sem partido). No entanto, segundo o político do PSB, essa possível coalizão deve disputar com chapas da direita uma vaga no segundo turno contra Lula.

“Quando tem muito nome no miolo, é porque não tem um que consiga ainda aglutinar os outros”, avaliou. “O nome mais tradicional ali dos seis é o do Ciro, que é um nome competente. Já foi prefeito, governador, é um homem preparado. Mas na hora em que o Lula passou a ser elegível de novo, não há um brasileiro que tenha noção de política que não pensou o seguinte: uma vaga no segundo turno está preenchida.”

Para França, o governador de São Paulo não deve ter chances, a menos que uma reviravolta aconteça até o pleito de 2022.

“Nunca dá para você dizer que não tem chance nenhuma, porque eleições têm inusitados. A facada que o Bolsonaro tomou mudou completamente o círculo da eleição passada. O fator de o Bruno [Covas] anunciar uma doença grave, que ele corajosamente está enfrentando, mudou completamente os rumos dessa eleição passada. Nas eleições, nem sempre você controla todas as circunstâncias. Mas eu diria que, nas condições de popularidade que ele está em São Paulo, ele não pode andar sozinho em São Paulo”.