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"Não vou esticar a confusão com Ciro Gomes", diz Flávio Dino

Datena

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), respondeu nesta sexta-feira (11) em entrevista à Rádio Bandeirantes as críticas feitas a ele recentemente pelo ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). Segundo Dino, embora não concorde com "estilos e visões" do colega, ele não pretende "esticar a confusão".

"A gente precisa saber minimizar as divergências em torno de causas comuns. Na política, tenho muito respeito pelo Ciro. Não concordo com certos estilos e visões, mas isso não invalida de modo algum o reconhecimento do papel gigantesco que ele tem na política brasileira. Não vou esticar a confusão. Tem muita gente para espalhar, a gente precisa convergir", afirmou.

Logo após as eleições municipais, Ciro Gomes falou aqui no blog que Dino havia "perdido a noção da realidade" ao resolver não se distanciar do PT, inclusive indo votar com uma camiseta com os dizeres "Lula Livre".

"O Flávio Dino resolveu não apoiar ninguém. Foi votar com camiseta 'Lula Livre'. Eles perderam um pouco a noção da realidade. Ganhou essa eleição quem soube interpretar a realidade do país com humildade. Isso aconteceu no Brasil inteiro. Só eles não querem ver. O Guilherme Boulos (PSOL) chegar onde chegou significa que agora você pode expressar uma predileção com a esquerda radical sem ter que explicar os fracassos do PT. Eles vão perder. Não tem humildade nem capacidade de compreender e se reconciliar com o povo", atacou Ciro.

Dino disse hoje ainda que um dos motivos pelos quais alguns de seus candidatos foram derrotados no pleito foi a postura que ele adotou de não participar das campanhas para preservar o isolamento social.

"Adotei uma postura difícil para mim. Essa foi a primeira campanha desde que virei político que não fiz um único evento. Isso fez falta politicamente. Não fui em uma convenção, uma passeata, uma carreata, nada em lugar nenhum do Maranhão. Se eu tivesse ido, alguns aliados poderiam eventualmente vencer as eleições. Preferi perder a eleição a perder legitimidade. Não participei em nenhum momento e lamentei, mas não poderia me vincular a uma atitude negacionista."