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Prefeito de Belo Horizonte: "Pensar em retomar aula agora seria estupidez"

Datena

Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte
Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte

Enquanto São Paulo se organiza para retomar as aulas da rede pública nos próximos meses, Belo Horizonte nem pensa no assunto no momento. Foi o que o prefeito da cidade, Alexandre Kalil, me contou hoje na Rádio Bandeirantes. Embora a capital de Minas Gerais esteja em processo de reabertura, as escolas não fazem parte do plano.  

"A possibilidade é zero. Não vamos fazer isso. Fizemos um programa de cesta básica na cidade. Você sabe, a pobreza é muito dura. Temos alunos que vão para a escola simplesmente por causa da merenda. Então fizemos uma programação para entregar para todo aluno da rede municipal uma cesta básica por mês. Garantimos assim a alimentação dessas crianças. Também estamos mantendo e distribuindo mais de 3,5 mil refeições em restaurantes populares. Pensar em aula agora seria uma estupidez completa. E também não pode colocar aula particular para funcionar e pública não. Isso aumentaria nossa distância social."

Belo Horizonte voltou a abrir nesta semana as portas de shoppings centers, salões de beleza, e galerias de loja e do comércio varejista e atacadista que não estavam funcionando desde o início da pandemia do coronavírus.

A reabertura será assim: os estabelecimentos poderão abrir às quartas, quintas e sextas-feiras e deverão permanecer fechados nos outros dias da semana. Depois de 14 dias, a prefeitura vai reavaliar os números oficiais da covid-19 por lá e, se as taxas de contaminação não tiverem aumentado, vai ampliar os dias e horários.

 "Eu só faço em Belo Horizonte o que me mandam fazer. Nós não entendemos de coronavírus. Os especialistas entendem. Por isso compus um comitê que nos deu os caminhos que deveríamos seguir independentemente de política."

"A partir daí investimos mais em médicos e enfermeiros que em máquinas. Quem salva não é respirador. É gente. Um intensivista precisa de dois anos de prática. Um respirador usado de forma errada mata, assim como não ter um respirador mata. Aprendi isso tudo. Durante a pandemia trouxemos mais mil médicos para nossa rede. E fomos a primeira grande capital a fechar."

O prefeito ainda agradeceu a população de Belo Horizonte, que, segundo ele, foi em sua grande maioria "responsável" e "atendeu as recomendações" das autoridades locais e internacionais da saúde.

"Ao contrário do que acham, embora exista uma minoria barulhenta, a maioria silenciosa queria, sim, preservar a vida. Houve um respeito muito grande da população ao isolamento."

OLHA AQUI COMO FOI A ENTREVISTA: