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"Qual é o crime?", questiona general Ramos sobre Copa América no Brasil

Datena

O ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, defendeu mais uma vez nesta quarta-feira (2) a realização da Copa América no Brasil. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, disse que militantes e governadores contrários ao governo do presidente Jair Bolsonaro "politizaram" o evento e criticam sem levar em conta os protocolos que foram exigidos nas conversas com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).

"Tem muita gente morrendo [por covid-19], 460 mil, é muito triste. Mas ninguém fala nos 15 milhões de recuperados, nas 68 milhões de vacinas e nas 22 milhões na segunda dose (...). Isso posto, a Conmebol, via CBF, me ligou para pedir ajuda. Falei que quem decide as coisas aqui é o presidente, ouvindo seus ministros. Isso envolve Saúde, Relações Exteriores e, o mais importante, os governadores. Então peguei e levei ao presidente, que me deu as diretrizes: apoiar sob condições, seguindo rigidamente os protocolos sanitários", disse.

Segundo o ministro Ramos, a partir daí ele começou a tratar o assunto junto ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e oito governadores, sendo que todos, incluindo alguns de oposição ao governo, "foram muito educados e não faltaram ao respeito". Por questões "éticas", o general preferiu não citar os nomes.

"O presidente não tomou a decisão de imediato. Se fosse inconsequente... Mas não disse nada. Falou 'vamos seguir só depois de ter a convicção de que terá vacina, protocolos'. Para se ter uma ideia, dos 10 times que estão vindo, 7 já estão com todos imunizados. Os 65 integrantes de cada comitiva. O presidente, com todos esses dados, sabendo que o futebol é uma paixão nacional, resolveu atender ao pedido. Qual é o crime? Aí fica essa conversa de 'negacionista, absurdo'... e os outros campeonatos? Para tudo então! As pessoas perderam a referência. Beira o ódio", completou.

A edição de 2021 da competição foi confirmada ontem pelo próprio general em uma rede social. O evento seria realizado inicialmente na Argentina e na Colômbia, mas ambos os países desistiram devido ao avanço da pandemia do coronavírus e a convulsões sociais.

"Confirmada a Copa América no Brasil. Venceu a coerência! O Brasil que sedia jogos da Libertadores, Sul-Americana, sem falar nos campeonatos estaduais e brasileiro, não poderia virar as costas para um campeonato tradicional como este. As partidas serão em Mato Grosso, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Goiás, sem público", escreveu Ramos na ocasião.

De acordo com o ministro, para sediar a competição, o governo colocou como condições proibir público nos estádios e permitir no máximo 65 pessoas por delegação, sendo que todas precisam estar vacinadas.

"Politizaram a Copa América. Vamos deixar de hipocrisia", concluiu.

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