O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), disse nesta terça-feira (17) em entrevista na Rádio Bandeirantes que, embora tenha sido reeleito em primeiro turno, acredita que as eleições municipais deveriam ter sido adiadas para 2022 por causa da pandemia do coronavírus.
"Já tem elevação [no número de casos de covid-19] no Brasil inteiro. Agora que fui reeleito em primeiro turno vou dar minha opinião: eu teria prorrogado o mandato do prefeito até 2022, sem direito à reeleição. Agora posso falar o que penso. Antes estaria falando em causa própria. A consciência democrática faria isso. Tivemos a grande oportunidade de unificar as eleições, fazer o país parar de falar e agir pensando só em votos", declarou Kalil.
"Eu prorrogaria, sim, o mandato por causa de uma pandemia nunca vista nos últimos 100 anos. Não iria ninguém para a rua. Se eu falasse isso que penso antes, seria massacrado! Mas era o certo a se fazer. Só que tem deputado que quer se candidatar, tem senador que tem irmão, primo, tio que é candidato... Infelizmente perdemos uma oportunidade clara de unificar as eleições e acabar com essa bobagem de parar o país de dois em dois anos", completou.
No primeiro turno da eleição na capital mineira, Kalil obteve 63,36% dos votos válidos (784.307). O segundo colocado foi Bruno Engler (PRTB) com 9,95% dos votos (123.215). O prefeito atribuiu o bom desempenho, entre outras coisas, à maneira com que enfrentou a pandemia na cidade.
"O negativismo é político. Ideológico. Idiota. Político é medroso", disse, lembrando que Belo Horizonte foi uma das primeiras a adotar medidas de isolamento, quarentena e obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção.
"E negativista faz mais barulho. Sofri com muito barulho na porta da minha casa, fui muito agredido. Mas quem tinha consciência do que estava sendo feito é silencioso. Na urna essa maioria apareceu."
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