Notícias

Ricardo Salles: "Bolsonaro troca quem quiser, na hora que quiser, pelo motivo que quiser"

Datena

As trocas ministeriais anunciadas pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana não envolveram um nome que vem sendo criticado por alguns parlamentares nos bastidores do Congresso: Ricardo Salles, chefe da pasta do Meio Ambiente. Em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta quinta-feira (1), Salles confirmou que permanece no cargo, mas ressaltou que o presidente "troca quem quiser, na hora que quiser, pelo motivo que quiser".

"O presidente Bolsonaro nunca comentou nada [sobre sua eventual saída]. Claro, o cargo é do presidente. Se um dia ele precisar trocar a mim ou qualquer ministro, o cargo é dele. Ele que foi eleito, ele teve 58% dos votos. Troca quem quiser, na hora que quiser, pelo motivo que quiser, eu inclusive", disse o ministro.

Uma eventual saída de Ricardo Salles começou a ser levantada devido a supostas falhas no relacionamento do Brasil com outros países na área ambiental. Isso, segundo críticos do governo federal, estaria atrapalhando o país nas negociações por vacinas contra covid-19. O ministro, no entanto, negou e disse que tem um "excelente relacionamento" até mesmo com o governo do novo presidente norte-americano, Joe Biden, opositor de Donald Trump.

"Os Estados Unidos, na parte ambiental, tem tido um excelente relacionamento conosco, ao contrário do que alguns urubus vem dizendo. Eu mesmo tive reuniões com o secretário John Kerry e a equipe dele para avançar nas negociações do Acordo de Paris. Muitos outros países que falam muito sobre questões climáticas e meio ambiente só nos enrolaram. Os Estados Unidos, com sua postura pragmática, tem negociado conosco de maneira muito construtiva."

As mudanças ministeriais foram oficializadas por Bolsonaro na última segunda (29) na Casa Civil, no Ministério da Justiça e Segurança Púbica, no Ministério da Defesa, no Ministério das Relações Exteriores, na Secretaria de Governo e na Advocacia-Geral da União.

O primeiro a cair foi o chanceler Ernesto Araújo. O novo comandante do Itamaraty é o embaixador Carlos Alberto Franco França, que era chefe do cerimonial da Presidência da República.

O ministério da Defesa ficou ao cargo do general Walter Souza Braga Netto, que ocupava até então a Casa Civil. O militar vai substituir outro militar, o general Fernando Azevedo e Silva. Já a Casa Civil será ocupada pelo General Luiz Eduardo Ramos, que estava na Secretaria de Governo, que passa a ser comandada pela deputada federal Flávia Arruda.

Terminando as trocas na Esplanada dos Ministérios, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, volta para a Advocacia-Geral da União, e o delegado da Polícia Civil Anderson Gustavo Torres, que ocupava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, assume seu posto.