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Anvisa ainda não recebeu pedido de registro de antiviral anunciado pela Rússia

Datena

Como vocês devem ter lido por aí, a Rússia anunciou nesta quinta-feira um acordo para vender o antiviral Avifavir para 17 países, incluindo o Brasil, para tratamento contra a covid-19. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no entanto, ainda não recebeu nenhum pedido de registro – etapa essencial no processo de aprovação e comercialização de qualquer medicamento por aqui.

"Sim, temos essa notícia. É verdade. Mas, da mesma forma que ocorreu com a vacina [Sputnik V], não temos o pedido de registro desse medicamento no Brasil. Portanto, pela lei, a comercialização não pode ocorrer", disse Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa, em entrevista na Rádio Bandeirantes.

"É aquilo que citei um tempo atrás em outra entrevista aqui: temos que ter isenção e equilíbrio. Recentemente, tivemos também o pedido de submissão de registro de um antiviral dos Estados Unidos, o Remdesivir, mas determinadas informações estavam ainda sem acesso para nós e esse registro não aconteceu. É um processo de total isenção. Não importa de onde venha, mas tem que ocorrer."

Segundo as informações divulgadas pela Rússia, o país negocia vender o antiviral a um laboratório privado brasileiro, que não teve nome informado.

Mais sobre o antiviral

O Avifavir, nome comercial do favipiravir, é utilizado desde 2014 no Japão contra a gripe e foi aprovado na Rússia para uso emergencial contra a covid-9 em junho. Segundo os estudos preliminares, o uso é "seguro e eficaz em casos não graves".

Assim como aconteceu com a vacina Sputnik V, a aprovação do antiviral foi vista com receio por parte da comunidade médica mundial, já que ele não teria passado por todas as etapas dos testes clínicos. Para o governo russo, porém, como já é utilizado há anos para o tratamento de outras doenças, não existem riscos.

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