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Após Pfizer, Anvisa aguarda estudos para ampliar o uso de outras vacinas

Datena

Depois de autorizar o uso da vacina da Pfizer contra a covid-19 para adolescentes com mais de 12 anos, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aguarda resultados mais robustos de pesquisas de outras farmacêuticas para ampliar também a aplicação de seus imunizantes a diferentes faixas etárias. A afirmação é do gerente-geral de medicamentos da agência, Gustavo Mendes.

"Autorizamos hoje a ampliação do uso da vacina da Pfizer para crianças acima de 12 anos. Essa autorização é baseada em estudos que foram apresentados para a gente. O grande desafio de vacinar crianças é ver se as vacinas que aprovamos para adultos vão ter a mesma resposta nelas, tanto na eficácia quanto na segurança. O organismo da criança é diferente. Fisiologia, metabolismo, tudo isso precisa ser considerado", explicou nesta sexta-feira (11) em entrevista à Rádio Bandeirantes.

"Em relação à Pfizer já temos esses dados. E é claro, quanto maior a cobertura vacinal, maior a chance de erradicar o vírus. Por isso o objetivo de todas as empresas tem sido expandir os estudos a crianças até menores. No momento temos Pfizer, mas estamos aguardando novos resultados para outras vacinas também", completou Mendes.

A vacina da Pfizer já estava autorizada em pessoas com mais de 16 anos no Brasil. Nos Estados Unidos, já era autorizada em adolescentes com mais de 12. O pedido havia sido feito no dia 13 de maio e foi aprovado pela Anvisa hoje após a apresentação de estudos, todos realizados no exterior, que indicaram a segurança e eficácia para este público.

Desobrigação do uso de máscara

Gustavo Mendes ainda criticou a ideia do presidente Jair Bolsonaro de desobrigar o uso de máscara em espaços públicos em pessoas que já foram vacinadas ou que já contraíram a covid-19 e se recuperaram. Segundo o diretor da agência, "ninguém está protegido enquanto todo mundo não estiver protegido".

"A gente tem que lembrar que vacina não é tratamento. Vacina é estratégia de proteção de saúde pública coletiva. O que a gente quer com a vacinação em massa é que diminuam os casos sintomáticos e graves. Diminuam, mas ainda existe uma chance de acontecer. Por isso que as medidas de proteção [como uso de máscara e distanciamento social] continuam. Mesmo os casos que observamos em alguns países no exterior [de abolir o uso de máscara] ainda são estratégias ousadas. Precisa acompanhar o número de casos e saber se realmente vale a pena ou não."

"E outra questão importante é a das variantes. Já temos mais de 17 mil variantes catalogadas para o coronavírus. Só que as que nos preocupamos são as de interesse epidemiológico, aquelas associadas a maior risco de transmissibilidade e casos graves. E ainda vão surgir mais, enquanto não controlarmos em escala global. Ninguém está protegido enquanto todo mundo não estiver protegido."