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Primeira fase do estudo clínico da ButanVac é encerrada hoje

Datena

Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, disse à Rádio Bandeirantes que a primeira fase do estudo clínico da ButanVac, vacina contra covid-19 desenvolvida em parceria com universidades americanas e a primeira a ser produzida integralmente no Brasil, será encerrada nesta quinta-feira (30).

"Vamos encerrar hoje a primeira fase do estudo, conduzido em Ribeirão Preto pelo Hospital das Clínicas. Com esses dados gerados, vamos poder entrar na segunda fase e acelerar o processo para que no ano que vem possamos ter essa vacina disponível", disse.

Segundo ele, a ButanVac é "uma versão 2.0 das vacinas contra covid-19", tanto pelo poder de imunogenicidade quanto pelo custo da produção.

"Nós aprendemos com a primeira geração de vacinas e incorporamos alguns melhoramentos. Além disso, ela é feita em uma plataforma mais simples e disponível, a mesma plataforma industrial da vacina da gripe. E o Butantan é o maior produtor do hemisfério sul da vacina da gripe. Temos capacidade de produção de 160 milhões de doses por ano. A ButanVac está sendo produzida nesta fábrica. Qual a vantagem disso? Baratear o custo. Ela tem um preço menor que as outras. Podemos ter grandes volumes para fornecer ao mundo", explicou.

Até o momento, a fábrica já produziu cerca de 10 milhões de doses do novo imunizante, previstas para serem utilizadas inicialmente nos voluntários.

Embora os dados da pesquisa brasileira ainda não estejam disponíveis, um artigo publicado na plataforma de preprints MedRxiv na última semana mostrou que a Butanvac é "segura e altamente imunogênica".

O artigo foi baseado em estudos preliminares descritos por pesquisadores da Universidade Mahidol, de Bangkok, na Tailândia, da Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai, de Nova York, e da Universidade do Texas, em Austin.

Negociações da CoronaVac

Com o encerramento do contrato com o Ministério da Saúde, o Butantan, responsável pela produção da CoronaVac, tem negociado doses diretamente com estados e municípios.

De acordo com Dimas Covas, o instituto firmou dois contratos com a pasta. O primeiro, firmado em janeiro, previa a entrega de 46 milhões de doses. O segundo, de fevereiro, outras 54 milhões.

"Os dois contratos foram encerrados no início de setembro com a entrega de 100 milhões. O Butantan foi o primeiro que começou a entregar vacinas e já entregou a totalidade. Temos nossa produção em andamento, estamos fornecendo agora para os estados e temos contratos com países vizinhos, além de uma discussão de contrato com um país da África."

"Se o Ministério da Saúde eventualmente achar oportuno fazer uma nova solicitação, estamos preparados. Temos uma grande produção estabelecida. Nossa parceria com a Sinovac, a maior produtora e maior exportadora de vacinas contra covid-19 do mundo, é muito produtiva. No ano que vem o Butantan ainda terá a produção da CoronaVac integralmente aqui, vamos dar uma grande ajuda ao mundo."

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