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Centro de contingência "não tinha consonância" com Doria, diz ex-membro

Datena

O infectologista Marcos Boulos, ex-integrante do centro de contingência do coronavírus de São Paulo, disse nesta terça-feira (24) à Rádio Bandeirantes que o governo do estado decidiu enxugar o comitê por uma série de discordâncias entre o governador João Doria e os especialistas. O médico ainda previu que, com as flexibilizações anunciadas recentemente, o mês de setembro deve apresentar novas altas nos índices da covid-19.

"É ele [Doria] quem decide, obviamente. Mas quando era exposta para nós a ideia de flexibilização, o centro de contingência nunca era favorável. Em algum momento ele teria que tomar uma atitude. Não havia consonância. O que ele fez [reduzir a equipe] foi mais adequado para ele ficar mais tranquilo", disse Boulos.

"Mas a situação vai ficar ruim, não precisa ser mágico para ver. O que tem acontecido nos países europeus acontece aqui uns dois meses depois. A expectativa é termos um mês de setembro muito ruim. A diminuição de casos registrada até aqui foi em cima de um patamar muito elevado. Os níveis ainda são muito altos. Claramente a liberação é absolutamente contra os princípios da saúde pública. Não seria aconselhado nada disso. Causa arrepio até", completou.

O infectologista ressaltou que, com a expectativa de novas altas em casos, internações e mortes pela doença, o estado provavelmente voltará atrás para restringir novamente as atividades comerciais.

O governo de São Paulo divulgou que enxugaria o centro de contingência do coronavírus no último dia 16 de agosto. O grupo, criado em março de 2020, início da pandemia no país, era composto por 21 especialistas e passou a conter apenas 7. De acordo com Doria, a medida foi tomada levando em conta a redução nos índices da covid-19.

Em relação ao total acumulado de casos, São Paulo também ocupa o topo da lista (4.214.553). Minas Gerais (2.044.357) e Paraná (1.444.035) vêm na sequência.

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