Coordenador da pesquisa da Pfizer em São Paulo, Cristiano Zerbini confirmou nesta sexta-feira (4) à Rádio Bandeirantes que a farmacêutica norte-americana "tem interesse" em solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o uso emergencial no Brasil da vacina produzida em parceria com o laboratório alemão BioNTech.
"A gente está tendo um sucesso muito grande ao redor do mundo. Muitos dos acordos que vemos entre a indústria, o Ministério da Saúde e a Anvisa são delicados e discretos. Mas posso dizer, com as conversas que tenho com a Pfizer, que ela realmente está interessada no uso emergencial", disse.
O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar, nesta quarta (2), o uso emergencial do imunizante da Pfizer/BioNTech e deve iniciar a vacinação na semana que vem. Aqui no blog, o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, contou ontem que acredita que o mesmo poderia acontecer no Brasil "a qualquer momento".
"Por enquanto ainda não houve nenhum pedido. Eu soube pela imprensa que a Pfizer teria manifestado vontade. Não será nenhuma surpresa se recebermos um pedido de submissão de documentos para analisar essa possibilidade. Pode acontecer a qualquer momento", declarou.
"Eu ouvi a entrevista com o presidente e gostei muito. A Anvisa seria o FDA [Food and Drug Administration dos Estados Unidos] brasileiro. A autoridade de saúde responsável pela licença de todas as medicações que nós temos. É um órgão que faz parte de um grupo mundial respeitadíssimo por suas normas, isso dá muita credibilidade aos pesquisadores", disse Zerbini, adiantando que a farmacêutica espera receber aprovação do FDA entre os dias 10 e 15 deste mês.
Vacina da Pfizer a -70ºC
O coordenador da pesquisa reafirmou que a necessidade de conservar o imunizante a -70ºC não representa "nenhuma dificuldade", já que a empresa desenvolveu uma caixa especial para o armazenamento.
"As caixas estão prontas e podemos levar muitas vacinas nela. É fácil inclusive de transportar. Essa caixa transporta as vacinas a -70ºC por 15 dias. Fica conservada ali. Já no local de aplicação, você pode tirar o imunizante e colocar em uma geladeira normal, de 2ºC a 8ºC, por 5 dias. Então, da fábrica até a aplicação, temos 15 na caixa mais 5 dias no local", explicou.
Segundo ele, Chile, Peru, Equador, Panamá, México e Costa Rica, países que têm climas semelhantes ao do Brasil, inclusive já fecharam acordo com a farmacêutica para receber lotes.
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