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Fiocruz prevê vacinação contra covid-19 no Brasil em março do ano que vem

Datena

O vice-presidente da Fiocruz, Marco Krieger, disse hoje em entrevista à Rádio Bandeirantes que a vacinação contra a covid-19 no Brasil pode começar em março de 2021. A fundação é a responsável pelos estudos clínicos da vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca.  

"Estamos fazendo um esforço grande, muitas equipes estão trabalhando em diferentes frentes. Ainda estamos finalizando os estudos clínicos de todas as vacinas, mas a de Oxford foi a primeira a entrar na fase 3 com grande número de voluntários, então a expectativa é que seja a primeira a confirmar os dados preliminares. Esperamos ter no próximo mês esse resultado", disse.

"Ao mesmo tempo em que terminamos a pesquisa clínica, estamos avançando na produção. Começaremos a produzir no final desse ano e esperamos produzir mais de 200 milhões de doses durante o ano. Estamos também, de forma contínua, entrando na Anvisa com o processo de avaliação para obtenção do registro. O cronograma é apertado, mas está sendo cumprido de forma rigorosa. Em janeiro devemos finalizar esse trabalho para em fevereiro termos autorização e em março recebermos as primeiras doses da vacina", completou Krieger.

Ainda segundo o vice-presidente da Fiocruz, não é possível saber o nível de eficácia da vacina de Oxford, mas os pesquisadores imaginam que deve ser "bem maior que 50%".

"Estamos no final dos estudos, os dados podem sair neste mês. Os dados anteriores são muito bons, mostram uma resposta efetiva. É provável que a eficácia seja bem maior que 50%. Esse número foi levado em conta pela OMS para que uma vacina tivesse ação efetiva no controle da doença. Do ponto de vista individual é pouco, mas precisamos pensar em diminuir a circulação do vírus na sociedade. De qualquer forma, a expectativa é que seja muito maior. Os dados são cada vez mais interessantes."

Mas atenção! Embora os resultados sejam animados, Krieger ressaltou que os cuidados da população precisam continuar. De acordo com ele, os números da covid-19 estão caindo no Brasil, mas nada impede que aconteça por aqui o que está acontecendo na Europa, que já enfrenta uma segunda onda da doença.