O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), relatou nesta terça-feira (23) à Rádio Bandeirantes a "situação caótica" vivida pelo estado nos últimos dias. Além de enfrentar a pandemia da covid-19, a região sofre com surto de dengue, enchente histórica que atinge 120 mil moradores e problemas migratórios na fronteira.
"Nossa situação é muito grave. As principais cidades do estado estão cheias, com o nível de rios elevados e a população em abrigos. Ao mesmo tempo, seguimos com o combate à covid-19 para que não triplique o número de casos, tendo em vista que estamos no limite (...). No pós-enchente ainda nos preocupamos com leptospirose e dengue. Fora a questão dos haitianos na fronteira", disse.
Devido à situação de calamidade, refugiados haitianos tentaram deixar o Brasil nos últimos dias e entrar no Peru através da cidade acreana de Assis, mas a fronteira foi fechada pelo governo peruano para tentar conter a disseminação do vírus. Desde então, a região se tornou zona de conflito.
"Fazemos tudo o que podemos, mas a situação do Acre é caótica. É um momento ímpar", lamentou o governador.
De acordo com Cameli, o estado tenta um acordo com o governo federal para que as doses das vacinas contra covid-19 destinadas à região sejam ampliadas. Além disso, ele pede apoio de órgãos de controle para ajudar na fiscalização de gasto público, "tendo em vista o decreto emergencial". O governador apela ainda para que a população respeite as medidas de distanciamento e para que profissionais da saúde de outras regiões se disponibilizem a ajudar a força-tarefa local.
"O ministro Pazuello sinalizou positivo [em relação às vacinas]. Na última remessa aos estados, abrimos mão de uma pequena porcentagem para ajudar o Amazonas. Agora é a nossa vez (...). Daqui uma semana pode ser tarde demais se não trancarmos esse vírus de uma vez por todas", concluiu.
O presidente Jair Bolsonaro deverá visitar o Acre amanhã (24) e se encontrar com o governador para discutir essas e outras medidas.
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