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Ódio não pode criar cortina de fumaça na ciência, diz governador da Bahia

Datena

Na última semana, o governo da Bahia seguiu os passos do Paraná e fechou um acordo com a Rússia para testar a vacina contra covid-19 Sputnik V em 500 voluntários no estado. Ao comentar a parceria em entrevista na Rádio Bandeirantes, o governador Rui Costa afirmou que "na ciência e na saúde a ideologia não interessa".

"O Brasil está sendo muito prejudicado nos últimos anos porque resolveu colocar a disputa ideológica, política e partidária nas relações internacionais. A ideologia vem ganhando corpo sobre os interesses nacionais. No comércio, por exemplo, isso não interessa. Assim como na ciência e na saúde. Aqui na Bahia estamos buscando apoiar todos que queiram descobrir essa vacina. Tivemos uma reunião com o hospital Irmã Dulce e a norte-americana Pfizer para fazer o teste aqui. Assim como devemos iniciar nos próximos dias o teste com a vacina russa."

"Não podemos admitir que o ódio entre criando uma cortina de fumaça sobre o desenvolvimento na medicina e na ciência. Não dá para questões religiosas ou ideológicas impedirem investimentos, progresso, apoio ao conhecimento. O Brasil pode e deve integrar suas universidades e institutos com o que há de mais avançado em outros países. É assim que se produz conhecimento. Não é se trancando dentro de casa e ficando isolado."

Para justificar a parceria com a Rússia, o governador da Bahia citou um estudo recente que apontou resultados positivos na primeira avaliação da vacina feita na Europa. Segundo ele, se todo o processo for aprovado pelos órgãos reguladores, os testes não devem demorar para acontecer por aqui.

"Serão 500 doses em voluntários na Bahia. No mundo são 40 mil em vários países (...). Esperamos que até sexta-feira chegue toda a documentação da Rússia. Recebendo, vemos se está ok e encaminhamos a dois órgãos federais: o Conselho de Ética e Pesquisa e a Anvisa. Esses dois são os responsáveis pela aprovação. O padrão é primeiro passar pela comissão e depois ir para a Anvisa, mas eles estão analisando paralelamente durante a pandemia para ganhar tempo. Então, assim que for autorizado por ambos, [os russos] nos enviam imediatamente a vacina."