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Diretora da OMS: Não há comprovação da necessidade de 3ª dose de vacina contra covid-19

Datena

A Organização Mundial da Saúde (OMS) solicitou na última quarta-feira (4) que os países que planejam aplicar uma dose de reforço das vacinas contra covid-19 em suas populações reconsiderem a decisão. Segundo a diretora-geral assistente da entidade, Mariângela Simão, o pedido foi feito porque não há estudos concluídos, até o momento, que comprovem a necessidade de uma terceira dose.

Além disso, a diretora explicou, em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta sexta-feira (6), que a aplicação de uma dose extra em países desenvolvidos poderia aumentar ainda mais a inequidade mundial no acesso aos imunizantes, problema que a instituição já se esforça para tentar combater.

"Temos hoje 68 países com menos de 10% de sua população, boa parte deles com menos de 5%, de cobertura vacinal com segunda dose. Enquanto isso, outros países estão com números bem avançados na imunização. Ao mesmo tempo, ainda não temos evidências científicas de que há necessidade de reforço. Nenhum estudo comprovou que precisamos de fato aplicar uma terceira de qualquer uma dessas vacinas que temos disponíveis”, explicou Mariângela.

"Combinando essas duas coisas, o doutor Tedros [Adhanom, diretor da OMS] pediu que os países que pensam em aplicar [a terceira dose] reconsiderem e adiem a decisão até que todos atinjam ao menos 10% de cobertura – o que, com esforço coletivo, esperamos que possa acontecer até o final de setembro”, completou.

Mesmo com o pedido da OMS, países como Alemanha, França e Israel anunciaram que seguirão com os planos de aplicar doses de reforço nas parcelas mais vulneráveis de suas populações, especialmente em idosos.

"Entendo a preocupação de todos os governos para protegerem seu povo da variante Delta. Mas não podemos aceitar que países que já usaram a maior parte do suprimento global de vacinas usem ainda mais dele", lamentou Tedros em coletiva de imprensa durante a semana.