Notícias

Variante de Manaus ainda é predominante em SP, diz coordenador do centro de contingência

Datena

Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência do coronavírus de São Paulo, disse nesta quinta-feira (27) à Rádio Bandeirantes que a variante de Manaus, chamada de P1, ainda é a predominante no estado. Segundo ele, se a cepa indiana já está circulando por aqui, ainda não é possível sentir as consequências.

"Eu entendo, pelos dados que temos recebido sobre as variantes, que a situação que enfrentamos desse início de ano até aqui foi principalmente relacionada à P1, a variante que surgiu em Manaus. Em janeiro, a presença era pequena. Em abril, chegou a 60% do total de amostras examinadas. Ainda estamos enfrentando as consequências da circulação dessa variante. A cepa indiana é preocupante, mas, se está circulando, ainda não estamos vendo consequências maiores", afirmou.

"Sem dúvida essa circulação contribuiria principalmente na maior transmissão. O que sabemos com certeza é que ela, assim como a P1, transmite mais. O vírus fez essa mutação que facilita a transmissão. Teríamos sim, e é possível que a gente tenha nas próximas semanas, um aumento em função da circulação também dessa variante. Mas não temos evidências de que seja mais agressiva", completou o coordenador.

Centro de contingência descarta "lockdown"

Nesta semana, o governador João Doria (PSDB) recuou e suspendeu a flexibilização das medidas restritivas que estava prevista para a próxima terça (1º). A sugestão foi dada pelo centro de contingência com base no novo aumento observado no número de casos de covid-19.

"Nós entendemos essa balança. De um lado a necessidade de ter setores funcionando para que as pessoas tenham renda, já que a questão do desemprego é gravíssima, e do outro, o enfrentamento da pandemia. Neste momento em que observamos um aumento na transmissão, já começando a ter impacto nas internações, conversamos e sugerimos que fosse postergada qualquer tipo de flexibilização."

"Menos pessimista" que outros especialistas do mesmo grupo, porém, Paulo Menezes não acredita, que São Paulo passará por um novo período de uma quarentena mais dura.

"Estamos avançando com a vacinação. Está bem abaixo do ritmo que seria desejável, mas conseguimos, por exemplo, completar a primeira dose em todas as pessoas com 60 anos ou mais. O grupo correspondia a mais de 80% dos óbitos e 55% das internações em UTI."

"As projeções que temos, levando em conta o progresso da vacinação, mostram que em 3 ou 4 semanas devemos ter uma situação de melhora. Pode ser que isso não ocorra. São projeções, existe sempre uma margem de erro. Mas trabalhamos entendendo que, neste momento, seria praticamente impossível termos medidas restritivas mais fortes no estado como um todo."