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Presidente da Anvisa cobra responsabilidade no relaxamento de medidas: "Jogo só termina no apito do juiz"

Datena

O Diretor presidente substituto da Anvisa, Antonio Barra, realiza entrevista coletiva, para tratar das ações da agência em relação ao Coronavírus em portos, aeroportos  e fronteiras do país
O Diretor presidente substituto da Anvisa, Antonio Barra, realiza entrevista coletiva, para tratar das ações da agência em relação ao Coronavírus em portos, aeroportos e fronteiras do país

O presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, cobrou nesta quarta-feira (11) que os governos e a população tenham responsabilidade no relaxamento de medidas de prevenção da covid-19 e com "considerações muito otimistas" a respeito dos números da pandemia no Brasil. Segundo ele, embora as taxas de contaminações, mortes e ocupações de leitos hospitalares estejam realmente em queda, "o jogo só termina no apito do juiz".

"Temos visto números mostrando nitidamente que a situação vai melhorando. Isso nos leva a crer que nosso time está vencendo o jogo com a manutenção das medidas não-farmacológicas e a ampliação da vacinação. Isso mostra um vetor que aponta para, se não a resolução plena do problema, um estado bem melhor do que estivemos antes", disse o presidente da Anvisa.

"O que não é razoável é começar a cantar vitória antes do apito final. A guerra ainda não está vencida. Estamos indo bem, avançando, o 'exército da saúde' na trincheira está vencendo, mas a guerra precisa ser combatida até o final. Temos que ter responsabilidade neste momento e muito cuidado com o relaxamento de medidas, as considerações muito otimistas. Temos que ter um pé na realidade (...) O jogo só termina no apito do juiz. Só acaba quando termina", completou.

Questionado especificamente sobre as declarações de alguns prefeitos e governadores envolvendo a preparação de grandes festas de Réveillon e Carnaval já para 2022, Barra Torres respondeu que "tem reservas" com os discursos sobre flexibilização de atividades.

"Vejo com reservas as falas sobre flexibilização. Eu entendo a angústia, a ansiedade do gestor público de tentar dar respostas ao cidadão que precisa sair para trabalhar. Faço ideia de como está difícil. Agora, temos que ter cuidado. Não podemos perder o terreno que já avançamos. A gente já avançou, os índices estão caindo, mas precisamos acompanhar os números da ciência a cada dia", ressaltou.

"Chega de bobagem e vamos vacinar"

O presidente da Anvisa comentou ainda uma frase atribuída a ele sobre os chamados "sommeliers da vacina", aqueles que insistem em escolher imunizantes de determinados laboratórios para tomar e recusam outros.

"Chega uma hora em que de fato temos que cortar coisas que não levam a nada. Essa bobagem deve ser deixada de lado. Vacina boa é vacina no braço, digo isso contra o 'shopping da vacina'. A pessoa vai e olha uma vitrine como se fosse escolher um produto, uma camiseta. Não é assim. Se a vacina foi avaliada e aprovada, vamos tomar. É isso que está segurando os índices. Estamos com 16 estados com taxas de ocupação de leitos de UTI abaixo de 50%. O nome disso é vacina. Vamos vacinar, minha gente. Chega de bobagem."

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