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Secretário de SP diz que rede privada está pedindo leitos de UTI ao SUS: "Quem poderia imaginar?"

Datena

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse nesta terça-feira (16) à Rádio Bandeirantes que, somente nos últimos 4 dias, a rede privada solicitou à rede pública da capital leitos de UTI para ao menos 30 pacientes graves de covid-19.

"O sistema privado pedindo leitos no Sistema Único de Saúde! Quem poderia imaginar que isso fosse acontecer algum ia nesse país? Isso quer dizer que nem quem tem convênio está conseguindo tratamento", declarou.

Os hospitais que solicitaram as vagas são Albert Sabin (1 vaga), Nove de Julho (1 vaga), Edmundo Vasconcelos (1 vaga), Lefort (1 vaga), Vida’s (1 vaga), Nossa Senhora de Lourdes (1 vaga), Aviccena (1 vaga), Igesp (2 vagas), São Camilo (2 vagas), Maternidade São Miguel (2 vagas), Nipo Brasileiro (3 vagas), IAVC (3 vagas), Santa Paula (3 vagas), Santa Virgínia (3 vagas) e São Cristovão (5 vagas).

A cidade está desde ontem (15) na "fase emergencial" do Plano São Paulo, a mais rígida da quarentena até o momento. Além do fechamento de serviços não-essenciais, o governo do estado determinou toque de recolher entre 20h e 5h e fechou praias, parques e igrejas.

"Ontem estávamos com 85% dos leitos de UTI e 81% de leitos de enfermaria ocupados. Estamos abrindo nesta semana mais 130 leitos de UTI e 425 leitos de enfermaria. Todo esse esforço está sendo insuficiente neste momento grave da pandemia no estado. Além de tratar pessoas da capital, temos recebido muitos pacientes de fora da cidade e não podemos deixar de tratá-los. É o momento mais difícil da pandemia desde janeiro do ano passado", lamentou o secretário.

"A pressão é grande. No fim de semana, colocamos as AMAs para atender pacientes que precisavam de oxigenação. Nos 16 Hospitais Dia suspendemos as cirurgias eletivas e transformamos as salas de cirurgia em leitos de UTI para dar conta (...). Estamos vivendo os piores 15 dias da pandemia", completou.

Edson Aparecido reafirmou também que o perfil do paciente infectado pelo coronavírus mudou da primeira onda da doença para a segunda, sendo que a maioria dos internados hoje possui entre 20 e 45 anos. Por isso, fez um apelo.

"Nos próximos 15 dias é importante que, além de a gente estruturar ainda mais o sistema, as pessoas não deixem de usar máscara e reduzam a circulação. No ano passado, reduzindo a mobilidade, tivemos um achatamento importante da curva por um período. Diminuímos contaminações, internações e mortes e demos conta de tratar todo mundo. É disso que precisamos agora: responsabilidade coletiva."

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