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Vacina Sputnik V: Anvisa tentará contato com a Rússia para esclarecer dúvidas

Datena

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tentará entrar em contato com a agência regulatória da Rússia ainda nesta semana para esclarecer o andamento da Sputnik V, anunciada pelo país como a primeira vacina registrada contra a covid-19. Foi o que o presidente da entidade, Antônio Barra Torres, me disse hoje em entrevista à Rádio Bandeirantes.

A história é a seguinte: logo depois que a Rússia anunciou o registro da vacina, o governo do Paraná disse que assinaria já nesta quarta-feira um convênio para produzir a Sputnik V por aqui. Mas a Anvisa, que deveria participar desse processo, informou que não recebeu nenhuma solicitação neste sentido.

"A Anvisa atua na análise de protocolos de desenvolvimento de vacinas e não tem atribuição institucional de sair em busca de vacinas ou medicamentos. Precisamos, então, receber os pedidos para que façamos a análise dos protocolos de pesquisa e de registro. Até o presente momento não recebemos nenhum material da Rússia, nenhuma solicitação referente à vacina que foi noticiada pela imprensa. Não houve nenhum comunicado oficial", disse Torres.

"Nosso trabalho visa a análise de documentos. A partir daí, damos sinal verde para o início de estudos e mantemos um acompanhamento com as entidades científicas. Cito aqui a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan com as vacinas Oxford e CoronaVac, por exemplo. Nesse caso concreto da Rússia, efetuaremos contato com a agência russa ainda nesta semana para termos um esclarecimento maior da questão."

"O que posso dizer é que, assim que recebermos o pedido, daremos toda a celeridade que demos às outras três vacinas que estão em estudo conosco."

Como a Rússia criou vacina em tão pouco tempo?

O presidente da Anvisa ainda me explicou que o desenvolvimento de uma vacina em tempos de normalidade leva de 10 a 15 anos. Já em um cenário de pandemia, 10 a 15 anos podem se transformar em 6 a 7 meses.

"Só tem uma forma de fazer isso: adaptando os processos de desenvolvimento que já se encontravam em curso, focando em outros agentes virais. Tivemos uma aceleração grande no desenvolvimento de vacinas para a covid-19 em face disso. Agora, isso não quer dizer burlar etapas de testes. Se a agência russa tivesse feito isso, seria muito complicado. Eu ficaria preocupado."

ENTREVISTA COMPLETA AQUI: