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Ministério acompanha idosa de 100 anos vítima de estupro no MS, diz Damares

Datena

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, revelou nesta sexta-feira (3) à Rádio Bandeirantes que acompanha o caso de uma idosa de 100 anos que foi estuprada no Mato Grosso do Sul. Há três semanas, a pasta já havia sido acionada para acompanhar os desdobramentos do abuso sexual de uma vítima de 99 anos em outro estado.

"Essa senhora não vai ter mais vida suficiente para se curar. A violência sexual é eterna. Quem fala é uma pessoa que sobreviveu. Em alguns momentos cheguei a perguntar se não seria melhor ter morrido. A violência não termina no ato, ela começa ali. É para a vida inteira. As pessoas têm que entender a gravidade. Estupro é morte. Ou você acha que eu esqueci o que aconteceu comigo? Acha que existe remédio, faculdade, oração que apague? Não, está aqui. Eu tinha 6 anos. Hoje tenho 57 e tem noites em que sonho, sinto o cheiro do agressor e acordo sobressaltada", relatou a ministra.

Segundo informações da Polícia Civil, o crime aconteceu em Amambaí, a 332 km de Campo Grande. O filho da idosa ouviu gritos vindos do quarto e saiu correndo para socorrê-la. O agressor de 41 anos tentou fugir, mas foi localizado e preso. Essa não foi a única vez em que ele praticou abusos contra a mulher.

"Essa semana batemos esse recorde que eu não queria nunca. O recorde de idade da vítima. O agressor da senhora de 100 anos tinha 41. Já estou indo para lá. O que me causa preocupação é que a idade da vítima está cada vez mais alta e a idade do agressor está cada vez mais baixa", disse Damares.

"Durante a pandemia, no período de isolamento, esse tipo de crime se agravou. Agora, com fim da quarentena, vamos descobrir muita coisa que está oculta. Estamos nos preparando para isso (...). Tínhamos tido um caso há 3 semanas de uma vítima de estupro de 99 anos. Achei que era o caos. Essa semana batemos esse recorde vergonhoso de novo", completou.

Uma operação coordenada no último mês de março em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública atendeu 160 mil mulheres vítimas de violência em 26 estados e do Distrito Federal. Nomeada "Operação Resguardo", a ação resultou na prisão de 10.300 agressores e na abertura de mais de 40 mil inquéritos.

No momento, a pasta atua em mais uma operação semelhante, a Operação Maria da Penha, em vigor de 20 de agosto a 20 de setembro para localizar novas vítimas e agressores.

Enquanto isso, a mais recente ação para prevenir e combater a violência contra idosos apresentou números mais modestos. A Operação Vetus, deflagrada em dezembro de 2020, resultou em 539 agressores de idosos presos. Segundo Damares, o motivo é a legislação penal branda para esse tipo de crime.

"Encontramos agressões contra idosos que são consideradas de menor potencial ofensivo. A Lei Maria da Penha é mais rígida, mas nossa legislação penal como um todo, especialmente no que diz respeito ao idoso, precisa ser modificada, alterada. Outro detalhe é que a mulher vítima às vezes grita ou denuncia e a gente consegue pegar [o agressor] em flagrante. Com a idosa é mais difícil, ela pode estar até mesmo acamada."

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