Notícias

"Não podemos admitir bombeiro com medo do fogo", diz secretário sobre peritos do INSS

Datena

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, reforçou em entrevista hoje na Rádio Bandeirantes que os médicos peritos federais que não retornarem ao trabalho nas agências do INSS devem sofrer corte de salários e medidas administrativas que podem chegar à demissão.

Mais cedo, em entrevista ao repórter Agostinho Teixeira, o vice-presidente da Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP), Francisco Cardoso, defendeu a paralisação dos peritos e afirmou que "não é justo obrigar uma pessoa de bem a se expor a um risco que poderia ser evitado", defendendo ainda que, embora seja considerado essencial, "perícia não é serviço de emergência".

"Tenho respeito a todas as associações e todos os sindicatos, sou do diálogo, mas chega uma hora que tem limite. Temos que separar a pauta da associação da pauta dos servidores. Muitos servidores públicos têm boa fé e querem trabalhar. É o médico vocacionado a salvar vidas. Não podemos admitir bombeiro com medo do fogo. Obviamente protegemos a saúde ao máximo. Todos os EPIs e EPCs foram garantidos. Eu fui pessoalmente às agências verificar isso. Não posso colocar interesse particular acima do público. Quem optou por uma carreira pública da área da medicina tem a função social de atender. Não tem sentido", disse o secretário Bruno Bianco.

"Todo servidor pode ser demitido, mas isso precisa passar por um processo administrativo disciplinar. Uma única falta não caracteriza pena próxima à demissão. Outras condutas de reticência ou descumprimento de ordem pode ser objeto de um processo que poderia culminar em medidas mais rígidas. Mas tenho certeza absoluta que eles voltarão."

O secretário comentou também outra declaração do vice-presidente da associação, que afirmou que ameaças como essa do governo não fazem tanto efeito, já que a maioria dos peritos do INSS possui outros vínculos profissionais.

"É verdade, quase todos têm outras atividades. Mas não podemos priorizar atividades privadas em detrimento da pública. O médico tem que ter dedicação à população. Mais ainda o servidor público. Ele tem essa obrigação (...). Por isso estou providenciando a abertura de processos administrativos para intimá-los a justificar a falta. Não faz nenhum sentido não atender a população. Nosso compromisso é simples. Como servidor público, não parei um dia sequer. Não quero expor ninguém, mas temos essa missão. As pessoas precisam ser atendidas, elas dependem disso para comer. Farei todo o possível. Não tem outra opção."

ENTREVISTA COMPLETA AQUI: