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Ministra da Agricultura: não há risco de desabastecimento de arroz no Brasil

Datena

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse hoje em entrevista na Rádio Bandeirantes que não há risco de desabastecimento de arroz no Brasil. A diminuição nos preços, no entanto, só está prevista para acontecer no ano que vem.

"O governo não tem estoques. Precisa de muito dinheiro para fazer estoque. O Brasil não tem essa política de estocagem (...). A importação já aprovada de 400 mil toneladas de arroz até 31 de dezembro será uma reserva técnica para termos equilíbrio nos preços e arroz na prateleira. O consumidor não pode ficar desabastecido. Eu gostaria que o preço estivesse mais baixo, mas faltar é pior. Temos que estimular que se volte a se produzir mais arroz para termos o suficiente para a população a preços que entrem bem na cesta básica. Mas se o produtor sair, vai faltar. Faltando oferta, precisa importar."

"Isso é pontual. Devemos ter a nova safra entrando em Santa Catarina com arroz novo colhido em meados de janeiro, aí as coisas começam a entrar no devido lugar. Só não podemos deixar faltar. Houve uma 'chiadeira' por causa da importação, os produtores achavam que não precisava, mas a gente tinha que pensar no consumidor. Falamos isso desde o início da crise."

Ministra se diz contra tabelamento

Tereza Cristina também explicou o motivo na alta do arroz e disse que um eventual tabelamento não resolveria o problema a longo prazo.

"Eu sou radicalmente contra tabelamento. Isso nunca funcionou. Se fizermos um tabelamento, podemos resolver agora, mas teremos reflexos sérios no futuro. Em primeiro lugar, não é o produtor que ganha neste momento. Ele perdeu muito dinheiro nos últimos 4 anos. Trabalhou no vermelho, muitos saíram da atividade. Então o arroz subiu de preço pela lei da oferta e da procura. A exportação foi o que procuramos desde o início porque era uma maneira de equilibrar o preço, para que os produtores pudessem ter os custos de produção pagos."

Limitar venda de arroz em mercados é "ruim"

A ministra ainda afirmou que considera "ruim" a prática de alguns mercados em limitar a quantidade de arroz que pode ser comprada por cada consumidor, mas pediu ajuda da sociedade.

"Isso é ruim. O que acontece é que, quando o arroz começa a virar preocupação, as pessoas compram três pacotes sendo que só consomem dois. A logística para entrega fica prejudicada nessa corrida. No início da pandemia aconteceu com leite, ovo, outros produtos. Aí quem tem menos recurso e não pode estocar acaba ficando sem. Outros ficam com grandes estoques. Por isso temos que passar tranquilidade e pedir para que as pessoas não comprem mais. Compre exatamente o que você precisa. Senão pode faltar ao seu vizinho."

AQUI TEM A ENTREVISTA COMPLETA: