Notícias

Presidente da Anvisa: pausa em testes da vacina de Oxford não é "ducha de água fria"

Datena

Presidente da Anvisa fala sobre pausa em testes da vacina de Oxford
Presidente da Anvisa fala sobre pausa em testes da vacina de Oxford

Essa notícia caiu como uma bomba: os testes da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca foram suspensos nesta terça-feira depois que um dos voluntários no Reino Unido apresentou reação adversa. Segundo o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, no entanto, a pausa não deve ser encarada como uma "ducha de água fria".

"Ontem por volta de 19h nós tivemos essa notificação através de um canal autêntico ligado ao grupo AstraZeneca e não devemos encarar como uma ducha de água fria, não. Faz parte do desenvolvimento ter alguns revezes momentâneos. Isso pode acontecer. O que eu queria enfatizar é que é bastante positivo nesse quadro o compromisso com a segurança. O estudo da vacina de Oxford é feito no mundo inteiro, existem dezenas de milhares de voluntários, e quando um apresentou um quadro clínico não esperado ele foi imediatamente parado."

"Nesse momento tudo está sendo analisado com bastante atenção. Mas o sistema foi testado. Através da observação do efeito, reações ocorreram e isso não quer dizer que acabou. Muito pelo contrário. Se for estabelecida alguma relação (às vezes o voluntário apresentou outra reação que não tem a ver com vacina, isso é possível), ajustes vão ser feitos ao processo. É bom lembrar que nenhuma das quatro vacinas em testes no Brasil está livre disso. Pode acontecer com qualquer outra além de Oxford. Agora, é fundamental a segurança, e ontem ela foi preservada como tem que ser."

De acordo com o jornal The New York Times, o voluntário em questão teve mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal. Segundo o presidente da Anvisa, não é possível saber o que acontecerá no processo de desenvolvimento após essa suspensão nos testes.

"Nenhuma medida está descartada, seja mais drástica ou menos. Temos que por um lado avançar e por outro garantir a segurança dos voluntários no mundo todo. É importante termos isso em mente. As pessoas encaram como uma corrida. 'Qual vacina vai chegar na frente'. Não é por aí. Precisamos ter e teremos mais de uma entrando em linha de produção. Isso tem que ser feito com total segurança. A ciência não pode se flexionar a nenhuma outra motivação."

"É importante destacar que a velocidade que é possível imprimir aos protocolos já foi impressa. Estamos na velocidade que a segurança nos permite. Temos quatro plataformas em desenvolvimento, com possibilidade de outras se somarem, em centros de pesquisa renomados, que trabalham com velocidade e não abrem mão da seguras. Nesse exemplo de Oxford, se houver uma sequência injustificada de outros casos, obviamente o pé no freio será mais pesado."