O aumento de até 35% previsto para os planos de saúde em 2021 pode acabar gerando um "caos" no sistema público. A afirmação é da advogada Rosana Chiavassa. "Nossa economia segue machucada, muitos perderam o emprego por causa da pandemia da covid-19. É um drama que eu espero que o governo tome alguma atitude para minimizar. Não convém às operadoras perder tantos segurados como elas podem vir a perder com esse reajuste. E vai ter um caos no SUS. Muita gente vai desistir do plano e lotar ainda mais o sistema público", explicou nesta terça-feira (29) à Rádio Bandeirantes.
O aumento deste ano, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) seria de 8,14% sobre os planos de saúde individuais e de 15% sobre os planos coletivos. Segundo a especialista, o reajuste nos valores é legal e dificilmente poderá ser revisto pelos consumidores individualmente na Justiça.
"Infelizmente não tem jeito. A ANS demorou muito neste ano para suspender os aumentos nos planos de saúde. Em agosto, falou: 'olha, em setembro, outubro, novembro e dezembro não vai ter aumento, mas isso será compensado no ano que vem'. No que resultou? Em 2021, haverá o aumento de 2021 e, para quem ainda não pagou o aumento de 2020, também o cumulativo [soma que, de acordo com estimativas, pode chegar a até 35% de aumento]", afirmou Chiavassa.
"Essa correção anual a Justiça sempre entendeu como legal. Eventualmente algum juiz pode achar que é muito oneroso para o consumidor e tentar achar uma solução mágica, mas não há."
