Carlos Alberto de Nóbrega revelou recentemente que enfrentou um período de depressão no início da pandemia do coronavírus. Acostumado a trabalhar o dia todo, todos os dias, desde os 17 anos de idade, não estava aguentando ficar em quarentena dentro de casa, sem conseguir gravar "A Praça é Nossa". Estava tão incomodado que resolveu tentar convencer a equipe a voltar ao trabalho, mas descobriu que Silvio Santos havia proibido sua entrada no SBT. Ele contou a história toda hoje durante participação no Papo com Datena.
"Eu estava sofrendo demais. Até que resolvi peitar a doença. Fui à TV, conversei com o pessoal e falei que queria voltar. Dei a ideia de gravar no jardim, nunca colocar dois atores juntos, montar um banco à distância. Isso foi em uma segunda-feira. Na quarta, a Eliana pegou covid-19. Aí acabou minha esperança. Agora está pior. Não posso nem entrar no prédio. Fui um dia à agência bancária que fica lá dentro, precisava assinar umas coisas, e me falaram que o Silvio tinha proibido minha entrada e do Raul Gil. Isso é amor. Mas dói. Dói muito."
Um dos motivos do sofrimento de Carlos Alberto, segundo ele, é a situação financeira difícil que parte da equipe da Praça está enfrentando neste momento.
"Me dói muito. Principalmente porque a maioria ganha cachê. A turma parou, cara. Olha o meu desespero. Tem lá de 8 a 10 pessoas com contrato, sendo que 56 trabalham no programa. O Palhaço Tubinho, por exemplo, tem um circo enorme com 42 funcionários. É duro falar isso. Ele tinha dinheiro para pagar um mês. No segundo mês, aqueles profissionais foram vender biscoito na rua. Não é demérito vender biscoito na rua, mas o cara faz malabares, isso, aquilo. É muito duro."
"Agora estou trazendo para casa o banco da Praça. Vem um colega por semana e faço a abertura do programa para matar a saudade. Estou enlouquecendo. Mas não choro mais, não estou atrás de doença. Deus botou a 'Fazenda' [reality show da Record] para eu esquecer a doença e trabalhar (risos). Estou mais preocupado com audiência que em ficar doente (...). É a primeira vez que perco para a 'Fazenda', mas aceito com naturalidade. Na vida é alto e baixo. Montanha-russa. Tem que saber bater e apanhar. Meu pai me dizia isso. Até hoje eu repito as frases dele. Quando estiver apanhando, fecha as mãos para defender o rosto e leva. Depois respira. É o que eu faço."
Carlos Alberto recusou propostas da Globo
Durante a conversa, Carlos Alberto não poupou elogios ao patrão. Segundo ele, Silvio Santos não interfere em absolutamente nada na "Praça é Nossa", deixando-o trabalhar com total liberdade. Isso o fez, inclusive, recusar duas propostas que recebeu durante a carreira na TV Globo.
"A Globo me chamou duas vezes. Falei 'não'. Eu mando no meu programa, o Silvio tem plena confiança em mim. É um homem de palavra, não precisa assinar papel. Me diz 'faça o que quiser'. Você pode não acreditar, mas sabe quando eu vejo ele? Quando ganho o prêmio do Troféu Imprensa, uma vez por ano. Não preciso falar com ele. Ele acredita em mim. Quando o programa dá uma audiência maravilhosa, telefona para cumprimentar. Quando a audiência está ruim, como agora, ninguém reclama. Por que eu vou sair? Eu na Globo sempre fui muitíssimo bem tratado. Mas igual o SBT não. Lá é minha casa."
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