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Onyx sugere que não haverá novo auxílio emergencial: "Não temos mais dinheiro"

Datena

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, sugeriu nesta quarta-feira (27) que o governo não deve oferecer mais nenhum tipo de auxílio emergencial durante a pandemia do coronavírus. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, ele afirmou que "não há mais dinheiro" em caixa para pagar esse tipo de benefício e alegou que os "ultra vulneráveis" continuarão sendo atendidos pelo Bolsa Família, programa que está sendo reformulado.

"Temos uma dificuldade grande. No ano passado, o auxílio emergencial chegou a R$ 312 bilhões. Foi muito importante para as famílias. Além disso tivemos mais de R$ 450 bilhões para saúde, equipamentos, medicamentos, vacinas. Um volume de recursos fantástico. Isso acaba impactando na dívida e no equilíbrio fiscal. Para além da lei do teto, temos que ter equilíbrio fiscal. Pedaladas nunca vamos fazer, esse governo é sério", disse Onyx.

Como o ministro já havia adiantado ao blog, dois programas serão responsáveis por atender a parcela mais pobre da população daqui para frente: o "novo Bolsa Família" e um novo plano de microcrédito. Ambos estão na fase final e aguardam o "ok" do presidente Jair Bolsonaro para serem anunciados.

"Concluímos 9 meses de auxílio emergencial e, com a retomada da atividade econômica, nos voltamos aos ultra vulneráveis: as pessoas que estão no Bolsa Família. O que aconteceu lá atrás? O auxílio foi criado para cobrir todos que tivessem algum grau de vulnerabilidade. Atingimos 69 milhões de brasileiros. A partir do final do ano, focamos na proteção dos 'ultra vulneráveis'. São 69 milhões? Não. São cerca de 20 milhões que recebem hoje o Bolsa. Cerca de 14 milhões de famílias para as quais os R$ 191 fazem diferença. Por outro lado, criamos outra alternativa que não mexe no orçamento da União e não impacta em furar teto: o programa de microcrédito que pode atender 20 milhões de invisíveis e informais."

Ainda de acordo com Onyx, somente depois que os dois programas forem colocados em prática será possível identificar se alguma outra parcela da população precisará de outro tipo de benefício. "Falta rodar para entendermos que outra fatia teria necessidade de outro tipo de ajuda. Mas não temos mais dinheiro. Fomos no limite."

O assunto será debatido durante a tarde em reunião em Brasília com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Onyx na Secretaria-geral da Presidência

O ministro comentou ainda a reforma ministerial estudada pelo governo que pode ser efetuada nas próximas semanas, após as eleições das presidências da Câmara e do Senado. Onyx tem sido cotado para assumir a Secretaria-geral da Presidência, pasta ocupada interinamente por Pedro Marques desde a saída de Jorge Oliveira para o Tribunal de Contas da União (TCU).

"A camiseta que o presidente me der, eu vou jogar. Onde ele julgar que posso ajudar mais, estarei com a mesma alegria, dedicação e fidelidade", declarou o ministro, não descartando a possibilidade.

ENTREVISTA COMPLETA:

https://youtu.be/UoFercAHqB0